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Na realidade a história de Auriflama começa mesmo por volta do ano de 1935, onde já haviam moradores e proprietários rurais, antes da chegada dos pioneiros. Os primeiros bandeirantes que chegaram nessa região foram as famílias do Tiburção, da Maria Portuguesa, Mateus, Miranda, Bueno, Maciel, Zequinha Cearense, que aqui fincaram suas raízes.
João Pacheco de Lima comprou uma área localizada ao longo do espigão mestre, divisor das águas dos rios Tietê e São José dos Dourados. Em Junho de 1936, ele juntamente com seu filho Paulo e com os amigos Waldevino Nery dos Reis, Antônio Joaquim Nery e José Joaquim Nery se deslocaram de Ipiguá, próximo a São José do Rio Preto e vieram conhecer as terras.
Ao saírem de viagem, o transporte utilizado foi automóvel da marca Ford (pé-de-bode). A estrada era um mero caminho sobre a mata que se direcionava pelo espigão divisor e terminava em Pereira Barreto. Segundo o relato escrito por Antônio Joaquim Nery, eles pernoitaram em São João de Nhandeara e no dia 23 de junho chegaram ao referido local.
Nesta visita, Pacheco e Antônio foram os responsáveis pela escolha de onde seria iniciado o povoado. Nessa época, o critério utilizado pelos dois levou em consideração o ponto mais alto, que hoje compreende-se a praça da matriz. Após o reconhecimento, um rancho foi construído próximo à figueira para abrigar a comitiva. Nesse mesmo dia, os irmãos Nery aceitaram o convite de Pacheco para a constituição do povoado.
O desejo de prosperidade e o ideal do desbravamento do sertão marcavam o pensamento de João Pacheco, que ao lado dos amigos pretendiam também garantir um futuro promissor para suas famílias. Essas foram as justificativas que o levaram a doar seu patrimônio para a fundação da vila.
No dia 06 de setembro de 1936, Waldevino Nery dos Reis e Ernestina Nery se mudavam definitivamente para o povoado. Na ocasião, outros pioneiros junto com suas famílias também vieram para o povoado: Ozório Messias de Almeida, Joaquim Graciano Paiva, Sebastião Machado, Filadelfo Rodrigues de Souza, Francisco Higino, Antônio Barbosa, João Fernandes, Amâncio Ferreira entre outros. Com a chegada destas famílias foi aberta uma clareira maior na mata e construído novos ranchos. Naquela ocasião, funda-se a “ Vila Pacheco”.
O cruzeiro foi levantado próximo a figueira em 02 de novembro de 1936, sendo produzido pelo carpinteiro Manoel Saturnino e doado por Agostinho Cipriano Nery. A figueira se tornou o marco histórico, afirma Alcino Messias de Almeida: “Nós sofremos muito no começo, pois a vila era muito mato e tivemos que ir abrindo clareira entre a selva, mas a figueira ganhou destaque devido a sua exuberância”. Seu Alcino se lembra do momento em que ajudou a arrancar a figueira. Infelizmente ela estava no centro da cidade e precisou ser cortada para o crescimento de Auriflama, concluiu Messias.
Ernestina Nery, de 96 anos, esposa do saudoso Waldevino Nery dos Reis, relembra essa nova etapa da vida. Conta ela: “O momento mais marcante foi encontrar este lugar e começar tudo de novo. Depois que chegamos aqui, no outro dia se fez queimada. No começo construímos uma casinha de pau-a-pique e depois de algum tempo mudamos para a Estrada da Serrinha. Nossa vida era de sacrifício, mas para os homens era mais difícil ainda”.
A Estrada da Serrinha ficou conhecida na época como a Estrada dos mineiros, tendo em vista que a família Nery residiu lá por mais de 30 anos.
Em 20 de novembro de 1937, nas proximidades do cruzeiro, o Padre Agostinho dos Santos Pereira celebrou a primeira missa do vilarejo. Com isso, oficialmente fundava-se a “Vila Áurea”, nome que homenageia Áurea de Souza Lima, filha de João Pacheco de Lima.
O Decreto, nº. 13011, de 24 de outubro de 1942, transformou Vila Áurea na 2ª Zona Distrital de General Salgado e Comarca de Monte Aprazível, graças ao empenho de Filadelfo Rodrigues de Souza.
Depois de completar sete anos, Vila Áurea foi elevada a categoria de Distrito de Paz pelo Decreto, nº. 14334, de 30 de novembro de 1944. Além disso, recebeu a denominação de Auriflama, que significa “ouro em chamas” e suas terras foram desmembradas de General Salgado e Major Prado.
A emancipação política e a elevação a categoria administrativa do município foi sancionada pela Lei, nº. 2.456, de 30 de dezembro de 1953. Isto só foi possível devido ao desenvolvimento econômico e social de Orlando Bongiovani, José Matarézio, José Maria Bento, Francisco Assis Rodrigues e Cláudio Bento Inezzi.
Em 1954 a população auriflamense elegia o primeiro executivo e legislativo, os quais governaram de 01 de janeiro de 1955 até 31 de dezembro de 1958. Na qual foi eleito o Sr. Lázaro Silva juntamente com seu vice Aurélio Dainezi.
A Câmara Municipal foi composta por 09 (nove) vereadores e suplentes de cada legenda, sendo presidida por Waldevino Nery dos Reis (PSP). Posteriormente, assumiram a presidência do Legislativo municipal: Francisco de Assis Rodrigues, em 1956; Almerindo Pereira Prates em 1957; e João Matarézio em 1958.
Durante esse período o vereador João Pacheco de Lima, por motivo de doença, renunciou seu mandato e José Maria Bento Filho perdeu o cargo, devido sua mudança para outro município. O suplente José Neves Epifânio recusou-se em assumir a vaga. Mediante os pedidos de renúncia, tomaram posse definitivamente os vereadores suplentes da mesma legenda, José Martins e Félix Oliva.
Em 28 de Fevereiro de 1964 foi criado a Comarca de Auriflama, de acordo com a Lei nº. 8.092, mas a sua instalação concretizou-se em 28 de setembro de 1967, na administração do prefeito João Matarézio. Assumiu como Juiz de Direito da Comarca o Dr. Domingos Franciulli Neto e Dr. José Geraldo de Jacobina Rabello, exerceu a função de Promotor Público.
E para finalizar o relato de nossa história, ao longo do tempo, inúmeras famílias e pessoas contribuíram com o desenvolvimento de Auriflama, transformando-a num município reconhecido, e com certeza, novas páginas de nossa história serão escritas pelo nosso povo.
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